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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Halloween? Desculpem-me, mas não conheço.

Hoje é dia de relembrar todos os Santos e Santas que nos levam ao Divino.
De relembrar também, à moda Portuguesa, todos os nossos falecidos e falecidas. Afinal, nada é assim não restrito=) Trata-s

e de festejar a vida e não a morte.
E por que não, relembrar todos aqueles que, visíveis ou invisíveis, lutam diariamente para manter este mundo que está muito mal, a não ficar pior...


Um bom feriado a todos e todas!! ;)

REMEMBER, REMEMBER, THE 23TH OF OCTOBER!!

E hoje..um pouco de história! =)
23 de Outubro de 1956.
Numa manhã radiosa de Outubro, a Juventude Húngara saía para as ruas de Budapeste. Estudantes, trabalhadores e operários mostravam o seu descontentamento perante o regime Comunista ditatorial Soviético.
Sete dias depois, os Russos acabaram com a Revolução. Entraram com mais de 1000 tanques e assassinaram mais de 200.000 jovens.
Para a história fica a memória, o exemplo e a atitude revolucionária.

Foram 6 dias e 6 noites de glória!

 

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

ALVOS A APONTAR

Dia 15 de Setembro de 2012, um dia em que o povo português saiu à rua em massa como nunca antes visto desde o golpe de estado do 25 de Abril de ’74. Miúdos e graúdos, idosos, famílias, imigrantes. Esquerda, direita, radicais, artistas, operários, e tantos outros. Todas estas vozes saíram em protesto contra medidas que se consideram insuportáveis. E mais não preciso dizer, todo o bom português viu e ouviu. Mais uma vez, saímos para a rua sem armas e sem violência.

calmaEnquanto a Grécia e a Espanha partiam tudo à sua volta, uma rapariga abraçava-se a um polícia. Mais uma vez surpreendemos o mundo. Somos um povo diziam por aí, de brandos costumes, com mais de oitocentos anos de história e com uma raça de nome Lusitanos que nos deu origem. Sobrevivemos à muito tempo a tempo, e acredito que temos a capacidade genética de resistir.

Todos sabemos que algo tem de mudar. E quando se muda, temos de saber exactamente o quê, e como faze-lo. E que propostas? Que alternativas? Há consenso comum sobre a alternativa?

O Razãodes-temida vem assim desta forma no pós-manifestação, apontar alvos sobre o combate futuro. Há que ir ao fundo da questão, à raiz, ao seu núcleo:

 

 

 

  • O fundo da crise está precisamente no paradigma Neo-liberal económico que hoje vivemos. Na década de 70, Keynes apresentou ao mundo a sua teoria de que o Estado deve inserir dinheiro na economia para ela crescer posteriormente devolver o ciclo com impostos. Toda o nosso bem estar de hoje no capitalismo foi conseguido graças a isto. Mas o Ser Humano abusou. Os Estados endividaram-se, as pessoas tornaram-se consumistas, a democracia caiu na apatia de pensamento de garantias adquiridas, e os mais ricos a quererem ganhar mais e mais lucros. Começou então uma era de desregulamentação e descontrolo financeiro que rebentou na crise imobiliária de 2008. O solução mais fácil, a que está em vigor, é a de gerir a economia nos pressupostos antigos de Adam Smith: a Lei da Oferta e da Procura. Quem governar o emprego com estas leis. Querem governar pessoas como quem gera produtos materiais. Eis o erro. E pior de tudo, tornou-se moda. Quem fala contra isto, é colocado de lado. Os mesmos docentes universitários e investigadores que defendem estes pressupostos, são os mesmos que obtém os lucros milionários nas empresas, e/ou favorecem os partidos na assembleia da república.

Eis a raiz do Sistema. É preciso encontrar uma alternativa ao modelo Neoliberal. E urgentemente;

  • Consegue um grão de terra sobreviver sem ser esmagada no meio de tantas outras? Claro que não. O sobreviver então no mundo, com os grandes blocos EUA, China, Brasil, Índia, ou África do Sul?? Portugal aguentar-se-á? A Alemanha Sozinha conseguiria? A solução é a União Europeia. A solução passa pelo Federalismo Europeu. Quanto menos falarmos disto, pior será.O projecto Europeu é excelente, mas não está engrenado, e está condenado. Isto não significa Portugal deixar de ser Portugal. Outrora chamámos-nos Lusitânia, outrora, condado Portucalense. E penso que a nossa alma nunca se perdeu.Ainda mais outrora, chamámos-nos Império Romano, com o sonho da Roma antiga...a democracia que iria governar e dominar o mundo. A alma da Europa nunca foi se fixar para dentro de si, mas sim a de chegar aos confins do mundo. O mundo está cheio de Europa, e o mundo não pode ficar sem a Europa;
  • TROIKA? Mais impostos? Sugar mais uma vez na história da humanidade, sugar os mais fracos? – Não.A solução é Justiça. Cortar. Não negociar. Ninguém negoceia com quem tem culpa. 20% de Austeridade (porque ninguém é isento de culpa), e 80% de Justiça, porque todos os governantes são responsabilizados pela desgraça do país. Nunca saberemos totalmente o efeito que a Justiça tem na sociedade. Dá ânimo, dá satisfação, dá tranquilidade e felicidade. Há que formar novos líderes governantes capazes de rivalizar com os maiores partidos da Elites. Há que reformular o Sistema.

 

 

Um bem Haja!

NEGÓCIOS DA SEMANA 24-07-12

É um dos programas que mais vejo e admiro na televisão portuguesa, dirigido por José Gomes Ferreira. Descobri este vídeo de um dos últimos a vir para o ar, e decidi partilhar, com todas as notas e resumos que fiz enquanto o assistia.

É revoltante. É indignante. E pior do que tudo, é triste. Mas é sempre bom saber a verdade. A informação sempre foi uma verdadeira arma.

 

· Porque os pagamentos das PPP, por exemplo no sector rodoviário ainda não foram cortados?;

· A SIC sabe que as negociações com as SCUT foram adiadas para o ultimo trimestre do ano;

· Orçamento de 2013: o défice de 4,5 não foi cumprido..novas medidas de austeridade vai ter se ser anunciadas;

· Sector das rendas garantidas: secretario de estado tem medo que com a liberalização os preços não descem..mas subam;

· Convidados: Tiago Caiado Guerreiro; Paulo Morais; Armando Esteves Pereira

· O estado gasta por ano 80mil milhões por ano

· Orçamento descompensado: a maior despesa é de juros da divida publica...- maior despesa do orçamento;

· O SNS custa 8,3 mil milhões;

· HÁ ALTERNATIVA: em casa gastamos mais em gasolina que em comida?;

· Falta de transparência de orçamentação: em Portugal é difícil de estruturar a divida publica - falta informação;

· Os juros podem ser mais baixos! Renegociar já;

· Isto não é possível com o peso politico da BANCA;

· A banca é a par das obras publicas e da promoção imobiliária que domina a vida politica - via parlamentar, governamental, e regulador;

· Estranho em Portugal e na Europa: o banco central supervisiona... o Conselho consultivo do banco de Portugal tem pessoas assentes ligadas à banca privada...

· Ou seja,, os privados supervisionam o Banco de Portugal..- permiscuidade...;

· Os depósitos a prazo pagam 3 a 4%..e o estado paga 6 e 7 % à divida publica..circuito influenciado pela própria BANCA

· Os certificados de aforro foram destruídos no sentido de favorecer a banca privada;

· Os bancos pagam 1% de juros ao BCE..e cobram 5 ou 6 % à economia e ao estado - podia ser para os aforradores..

· As PPP não são negociadas porque há interesse claro... os políticos que tratam disso estão de cócoras perante as concessionárias;

· Infelizmente a politica foi se tornando numa mega central de negócios;

· Os mais marcantes ministros das obras publicas em Portugal dos últimos 20 anos, trabalham todos nas concessionarias das PPP!!!;

· Luso ponte.. a mais desastrosa de sempre! a ponte 25 de Abril esta paga 2 ou 3 vezes.. e continuamos a paga-la!;

· A ponte vasco da gama foi negocio privado?? paga com dinheiros da europa a fundo perdido, portagens do 25 de abril, e emprestimos do banco europeu de investimentos - os privados entraram com 25% de capital!;

· O próprio António Mexia está ligado às PPP.. Exemplo: um director de uma empresa, ir ás compras numa outra empresa.. porque sabia que amanha iria estar nessa empresa!

· A Troika ficou surpreendida com o peso das empresas de electricidade e da banca neste país! - principalmente pela estrutura do orçamento de estado;

· As PPP ficam para o ultimo trimestre do ano.. e pelas mesmas empresas que a fizeram de inicio... os contratos ruinosos para o estado, são os mesmos que a vão renegociar... vão retirar o risco dos privados para o estado!

· Maneira simples: 3 exemplos se praticas em outros países - pagar ao FMI para aplicar contratos com modelos adequados!

· Partidocracia ligado a uma oligarquia - grandes fortunas que nos exploram feudalmente;

· nao poder renegociar as PPP?? alterou em tudo, e não pode em 30 ou 50 PPP?? Querem cortar 30% e estão à espera do que???;

· 2 grandes blocos de parcerias: as 7+1 lançadas no governos de Sócrates com cortes ao longo da vida dos contratos; as mais antigas, as SCUT cujo negociação reverteu o risco TODO para o Estado! - é aqui que esta mais atrasado, com taxas de juro de 17%!!

· Caso de Polícia: como se passa todo o risco do privado para o Publico?? Alguém que é deficiente a negociar... ou é dolo!! "Eu adorava ter uma auto-estrada para mim";

· Há um inquérito publico judicial para isso - existe permiscuidade de todas as instituições... como é que o presidente do Tribunal de Contas é nomeado pelo governo??? - O mesmo para o ministério publico...;

· Não há instituições que se fiscalizem umas às outras...há uma permiscuidade para explorar o cidadão o mais possível;

· A divida publica Italiana é detida essencialmente por Italianos - privados e famílias!;

· Porque não colocam a divida portuguesa com as mesmas condições que colocam no exterior?? - fazia descer imediatamente os spreads da divida!;

· Fazer certificados de aforro com a divida! Isso dava claramente uma quebra dos juros! - Devíamos exigir isso!;

· O que fizeram com os certificados de aforro foi um CRIME! - São muitos idosos.. viúvas...roubadas pelo Estado!;

· O Estado deveria abrir o mercado de divida publica a todos nós, para que os que pudessem emprestassem ao Estado..isso baixaria os juros no mercado..a divida seria mais interna que externa;

· No Japão tem quase 200% de divida publica e a maior parte é dos cidadãos.. não é problema...;

· Cotar o subsidio de Natal era uma tragédia..;

· Tarda também nos cortes ás fundações.. que são sorvedouros de dinheiros para festas e pompas..;

· "Pressões da esquerda irresponsável que queria que se gastasse mais dinheiro para salários e outras benesses.. e pressões da Direita que quer continuar a comer à mesa do orçamento";

· Os impostos significam ir buscar aos que tem mais para distribuir pelos que mais precisam! hoje é precisamente o contrário...;

· Regime Português é o anti-socialismo! Que não chega a ser capitalismo, é feudalismo, com capa socialista!;

· A divida privada tem também uma componente de gestão do Estado...

· Quando a crise começou, 70% da divida publica era especulação imobiliária;

· Ou seja. MAIOR EMBUSTE DA SOCIEDADE PORTUGUESA: "Andámos a viver acima das nossas possibilidades";

· Em 2009 70% da divida privada era imobiliária - trafico de solos: alguém comprava um terreno, conseguia com apoio do governo transforma em terreno urbanizável, e gerava margens gigantescas: ou construindo e vendendo; ou sabendo que ia passar uma SCUT, conseguir Hiper-valorizar o terreno, e o preço de expropriação já era diferente do original;

· Cerca de metade do preço das SCUT tem a ver com as expropriações porque os terrenos foram artificialmente reavaliados, e reclassificados .. de agrícolas a urbanizáveis!;

· terceira faceta..mafiosa: triangulo negro de promotor imobiliário, presidente de câmara e banqueiro - pega no terreno agrícola, valorizam através de despacho camarário, vai ao banco pedir dinheiro pelo valor do projecto que nunca se irá fazer, e ficando a garantia de um terreno agrícola que vale tostões;

· A Troika exigiu que perante a explosão da bolha imobiliária, os activos fossem reavaliados.. nada disso foi feito..;

· Fundos Imobiliários que nem pagam IMI;

· Reavaliação do IMI é para classe média.. as instituições não pagam IMI nem IMT - outra vez a classe média a pagar..;

· O mercado imobiliário esta é me baixo, e o estado continua a pagar rendas altas..;

· No sistema sueco, as instituições publicas tem de provar que criaram determinada riqueza para receberem algo;

· Instituições criadas para não pagar impostos.. para receberem dinheiro...;

· Os poderes instalados já estão instalados.. e nada esta a acontecer...;

· Pode-se fazer expropriação das PPP caso existam partes lesadas! É possível a qualquer momento, desde que haja vontade!;

· 2 tipos de soluções: avaliar as rendas...saber quando é o valor actualizado da renda..e comparar com o valor de uma avaliação do equipamento. As SCUT podem ser avaliadas!;

· para cada SCUT, cada das concessionarias pagar pela concessão.. tempo de exploração;

· Existem mecanismos simples para renegociar. Há entidades internacionais que dizem: o valor médio é este.. etc.;

· Até os próprios consórcios tem interesse me negociar.. haja é vontade política;

· Há quem não acredito na liberalização do mercado da energia.. porque o mercado é pequeno, os produtores são pequenos, e há a tendência de se encostar sempre ao preço máximo - deveria existir preço médio europeu, e ninguém vende acima. Deveria ter sido realizado para os combustíveis líquidos;

· Há coisas que a Troika é inocente no que se passa em Portugal…;

· A tradição das liberalizações em Portugal tem resultados de aumentos de preços…;

· Há empresas que negoceiam com outras um preço de mercado para os produtos...;

· Temos a tradição de rendas feudais sobres os cidadãos... e somos pequenos para que a UE nos pague multas por violação de concorrência...;

· Vamos ter mais rendas, para um conjunto de pequenos minoritários...;

· No período Salazarista existia ordem nesses interesses todos...;

· A factura da electricidade é muito importante nos custos fixos, de por exemplo dos hotéis...;

· A EDP é um Estado dentro de um outro Estado...

· Comissão eventual para acompanhamento da assistência financeira - os mais importantes deputados tem interesses com a EDP!! - está tudo online e à vista de todos;

· O actual Presidente da comissão parlamentar de defesa.. o anterior.. o anterior.. etc... vem todos do mesmo escritório de advogados!;

· Pagamos ministérios.. direcções gerais.. porque pagar reguladores com salários milionários?? - porque funciona assim?;

· Porque os reguladores são o escudo e a desculpa perfeita para se poderem aumentar impostos.. porque são externos! - importante ressalvar os bons técnicos...;

· Mercado das gasolineiras, sempre 5 a 6 cêntimos acima da média europeia...;

· Para fazer tratamento de pasta de papel em Portugal, é necessário 115 licenças!;

· Quantas mais entidades opinam, que fazem relatórios, que fazem licenças.. mais propício é à opacidade! É como as normas fiscais que explicam porque vai ser aumentado os impostos.. - há o objectivos que é o de não esclarecer!;

· Pequena boa notícia: vender facilidades e corrupção tem vindo a diminuir pois a internet veio melhorar;

· Índice internacional de percepção da corrupção: de 2000 a 2010 descemos 10 lugares no Ranking!! Portugal, Espanha, Grécia e Itália, os com mais dificuldades no Euros, são os piores classificados! Há uma grandes correlação...;

· Economia paralela estamos na média da união europeia;

· Porque é que a administração fiscal não começam a fiscalizar o Estado?? Em 13740 organismos públicos, só 1724 apresentaram contas!! Só isto resolvia o défice em 6 meses se fizessem Responsabilização! Como no sector privado onde há normas de fraudes fiscais quase iguais às de homicídio.

Não gosto de promover asneiras...mas esta versão do Jaimão merece aplausos!

Algum político aí para ver os tubarões? A razãodestemida aconselha! ;)

Um bem haja!

WHERE’S THE NEW LEADERS???

  Pensei neste texto num dia cinzento, raro de Agosto, numa tarde límpida de ruídos e sons. Pensei nestas sopalavras de televisão desligada, de telemóvel longe, de meia luz erguida. De modo que nenhuma outra notícia, pessoa ou presença pudesse incomodar-me.

Hoje neste texto vou referenciar em particular uma pessoa, um figura que representa a veia de uma resistência, um seguimento de massas, uma tentativa de verdadeira liberdade e Revolução.

Está na natureza humana a sua socialidade. Não sobreviveríamos aqui se não existisse algum dia um clãs, um grupo, uma tribo. Graças à Antropologia descobrimos que posteriormente a sociedade possibilitou o crescimento da humanidade, camuflando muito dos nossos instintos tão iguais a tantos seres, e que graças a isso podemos evoluir enquanto civilização. Então aí falamos de líderes, de chefes, de direcções e política. Por isso é que sempre aclamámos reis, príncipes, generais, chefes e ditadores.

É porventura o século XX a maior prova de estudo destes factos, graças à tecnologia de sons e imagens. Percebemos por elas a força das palavras, desde os tempos mais quentes do fascismo aos tempos modernos. Proferido tantas mentiras no meio de tantas verdades, estes líderes sempre passaram. Pegadas gigantescas das suas acções ainda são visíveis, e percebemos o quanto grandes estes seres foram.

lideres Mas há uma linha num gráfico que tem vindo a decrescer. Digo-o eu, e diz quem comigo concorda. Seguimos o Mussolini, o Hitler, o Che guerava, o Comunismo, e quase nos íamos perdendo. Mas eles apesar de tudo, estavam lá. Com visão, com força, com valores, com atitudes. Para o bem...e infelizmente para o mal. Nem precisavam de proferir testamentos, apenas bastava algumas palavras e as massas aglutinavam.

O Capitalismo conseguiu a Liberdade de expressão, conseguiu bens materiais e sustentáveis a toda a gente. Mas conseguiu igualmente um consumismo descontrolado na qual cada indivíduo é o centro do seu bem estar. Cada privado assim tende a controlar cada vez mais o Estado, submergindo-se dos seus interesses pessoais, esquecendo-se assim da Humanidade de quem pouco ou nada possui.

Que fazer agora? Como resolver esta crise que a todos esmaga? Onde estão então os líderes e figuras que aglutinavam as massas? Esta é porventura a maior crise ou consequência dela que temos até hoje: a crise não económica, mas sim de valores. Onde estão os líderes? É também esta uma outra crise ou consequência do final do século XX e início do XXI: todas as ideologias antigas parecem-se ter fragmentado em outras tantas, na qual convertem as massas. Onde estão então as grandes figuras?

Existe uma apatia generalizada, uma não resiliência de estados de espírito alienados e iludidos que submerge as massas. Toda a informação está disponível, mas está em grandes quantidades na qual é necessário por vezes despender muito tempo e muita capacidade intelectual para se receber tudo. O Egoísmo parece dominar cada vez as mentes em especial dos mais jovens: no meio das motivações de festas, socialidade, casa, carro e emprego; não há preocupação política nas almas. E os tempos pedem muita urgência de intervenção.

· É preciso absorver a mentalidade dos tempos antigos e buscar uma força nova para assegurar as novas idades – E é urgente fazê-lo.

Julian Assange holds up his Sydney Peace Prize Quem hoje quer referenciar, é Julian Assange, jornalista e ciberativista Australiano, fundador da Wikileaks, o polémico site de vazamento de informação confidencial causadora de corrupção nas sociedades e Estados do mundo.

Assange começou a sua actividade sendo estudante, hacker, e politico inconformado. É graças ao seu altruísmo que nasceu o Wikileaks, que informações confidencias e graves foram reveladas, fazendo guerra à censura que tem dominado o poder dos centros capitalistas.

527184_491998127495087_1761151559_n Até à data que escrevo estas palavras, Assange está preso. É para o Razaodes-temida um modelo e exemplo de líder do século XXI a seguir. Pela persistência, pelo carácter, pela coragem, e por apesar de estar preso, nunca deixou de negar nada do que fez. Considero discutivel todas as suas opções até ao momento. Por exemplo, tendo tanta informação de tantos países do mundo podia ter-se juntado a algum país ou nação de modo a obter alguma protecção e beneficiar melhor das suas estruturas. Mas Assange preferiu fazer uma guerra contra tudo o que estava mal, não olhando sequer muito à sua protecção. Feitos e mentalidades destas só comparáveis com algum sentido religioso, ou radical. Merece o reconhecimento de todo o seu mérito, com toda a grandeza de sua alma.

431259_370798746334231_343340712_n Esperemos que consequências piores não aconteçam, e que destemidamente a Verdade por mundo melhor e mais justo seja sempre apoiada. Lembra-se que no passado por muito pouco outros tantos como Sócrates aceitaram morrer para defender o que acreditava, ou Galileu, que apesar de negar formalmente, conseguiu construir e desvendar mais para a ciência. E quando toda a Verdade se tornar Temida, como a de Assange, aí saberemos que estamos no bom caminho!!

Não sei como serão os Líderes do amanhã, mas certamente passará muito pelo estilo de Julian Assange.

Assange tem vastas publicações e frases sobre os sistemas de informação e facebook, argumentando que são armas de controlo usados pela CIA.

Para terminar, deixo-vos várias citações do Julian e um vídeo sobre a história do Wikileaks. Atenção às cenas mais chocantes do filme.

Um bem Haja!!

“O wikileaks divulgou documentos classificados mais do que todo o conselho de imprensa mundial. Isso não é algo que você diz para mostrar como eles são bem sucedidos, mas, sim, para mostrar o estado alarmante do resto da

mídia.”

“Todos devem saber que quando adicionam seus amigos no Facebook, estão trabalhando de graça para as agências de inteligência dos Estados Unidos construindo-lhes este banco de dados.”

“É impossível corrigir abusos a menos que saibamos que

estão acontecendo.”

“A primeira vítima da guerra é a verdade.”

“O nosso inimigo número um é a ignorância. E eu acho que é o inimigo número um de todos e ninguém está a perceber o que está a acontecer no mundo hoje. ”

“Os grandes jornais estão constantemente censurando por custos legais. É hora de parar com isso. É hora de um país dizer basta, a justiça deve ser vista, a história deve ser preservada, e nós podemos dar-lhe abrigo da tempestade.”

“Nós só vivemos uma vez. Então, somos forçados a usar bem o tempo que temos e torna-lo significativo e satisfatório.”

“É a mídia que controla os limites politicamente admissíveis, por isso é melhor mudar os meios de comunicação.”

“Minha esperança é que a democratização da partilha de conhecimento através da eficiência do custo Internet através de criptografia continue e termine com um registo detalhado e histórico e rigoroso. E isso vai permitir que existam formas imediatas de justiça que não estavam disponíveis para as pessoas.”

 

sexta-feira, 13 de julho de 2012

HÁ UMA LINHA...QUE UNE

Não sei se é de mim. Mas irei ser directo. Todos os dias quando entro de manhã no autocarro, sinto um silêncio pesado, uma calma cansada e um semblante triste que agrega toda esta multidão. Há que arranjar um emprego ou que o manter, há que engolir sapos todos os dias, há o aguentar a falta da equidade no salário, há filhos e resto da família em jogo. É o ‘mainstream’ da crise que nos formata, que nos prende, e nos corrói.

E tudo isto analisamos e percebemos a diferenciação. É fácil identificar o maior e o pior rendimento. É fácil identificar o que está com dificuldade, do que não está, e também é facílimo acusar e apontar o dedo. Vamos utilizando como escape a sátira do humor, o lamento, o deixa andar. Estamos cansados, sem visão de um horizonte de céu azul, ou sem uma esperança. Há assim uma linha que nos separa todos os dias, imposta, ou subtilmente incutida por tudo o que nos rodeia, sem hipótese de escapar.

1339613366770 No meio destas águas densas, há um facto que emerge, como um maré que esvazia, ou como o sal cristalizado nas salinas. O que é será, o que fica, fica. Independentemente da decisão correcta, independentemente da razão. Quem é, é, quem quer fica, quem não quer exclui. Como uma verdade que nasce nas entrelinhas, esta é a fórmula que parece vincar no futuro. Deixando raiva, suor, ou lágrimas, carregada de sentimento ou de indiferença. O que estiver mal acentuará-se-á, o que ficar de bom, nunca será seguro, e a mudança pintada de valores de modernices, será sempre inimiga da estabilidade. Há uma linha que nos vai separando, e que de futuro irá separar-nos cada vez mais. É a linha das nossas crenças, dos nossos valores, dos nossos grupos. Tudo isto para grande infelicidade da paz, do amor e da integridade. É o Pluralismo que aceitámos na constituição da sociedade.

Mas ainda há outra corrente. Há um outro quadrante. Há uma linha que une um voluntário, um professor, um padre, um médico, um enfermeiro. Há uma linha que une um estudante, um um doutor, um mestre. E até há uma linha que une um consultor, um gestor, ou um técnico. Existe. Há um espírito intrinsecamente comum que faz por vezes quem quer vencer a entregar toda a sua vida a uma tarefa. As profissões absorvem cada vez mais a alma de um indivíduo, tornando-se o próprio indivíduo. Há trabalho dentro e fora do emprego, há dias que tem mais de 24 horas. Há o sentido de realização. Há o amor na entrega total. É o sentido de missão que faz mover a alma, tocar corações e chegar ao sentido fundamental da vida.

bc12c8e395aba75cd5f1fbfd56dfaf9c E são estas as linhas que unem. A linha que une a opção de uma vida colectiva e de missão, ao invés de uma vida egoísta e individual. Uma opção, dizem. Uma evolução, diz o mainstream.

E assim nesta união separada caminhamos na sociedade. Dois extremos que quase se opõem, de um lado uma vida de sacrifício entregue a uma causa maior. Do outro, o lado de uma vida individual, trabalhando à volta do ego próprio, da satisfação pessoal imposta por uma conjuntura que não parece abrandar.

Em que grau desta inclinação para o individual nós estamos colocados? Se não estamos, é seguro? Vai durar?

Qualquer resposta que haja, cai no silêncio. Um surdez vazia como uma música alegre, ou música triste, uma indefinição destes tempos que traz o vazio. Vidas que se transformam num ápice, mudanças a toda a hora, exigindo a rápida adaptação como se nossos músculos fossem ferros, e nossa cabeça sem moral. Adaptar é fácil, aceitar fácil é para quem não tem coração.

Preferimos o shoping, a noite, o consumo, o relacionar fácil. Vivemos uma utopia de vida alienada que está falida e gasta. Vivem os que podem, resistem os mais fortes. O amor verdadeiro perdeu-se por aí. A crise veio para rebentar com tudo.

Há esta linha que une, para depois separar. Cada vez mais. Para o bem, e para o mal.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

VENDIDO.

Quando tirei os óculos, naquele dia, naquela tarde, deixei que as imagens se-me fizessem nos olhos, e que a sombra do das coisas me apagassem do sol.

Imaginei-me na minha inocente idade, passear por todos aqueles campos, imaginei-me de bicicleta a pedalar pela gravilha solta, sem que ninguém, a não ser a providência moral me acautelasse do perigo de me afastar muito sozinho. E no meio da minha recordação, estanco-me na petrificada imagem da realidade, os tempos novos do século recente. Por mais que pisque e esfregue os olhos, por mais que os desvie da direcção, nada se apaga. Vejo no P04-04-10_16.00 arame farpado os espinhos, vejo nas cancelas as masmorras, vejo no conjunto, o egoísmo de alguém que um dia disse: isto é meu.

Não concordo com a liberalização desmesurada de tornar tudo privado. Não concordo com o ganhar dinheiro rápido. Não concordo que privar 15km2 de hectare e de sobral seja respeito tanto pela natureza, como pela terra em si, de quem lá mora e de quem sempre lá pertenceu.

E digo mais: se é para termos coisas destas hoje derivados de um golpe de estado numa manhã de Abril, e a que todos chamam de revolução... Então acho que houve um Retrocesso. Ou um roubo. Por isso, desejo uma outra Revolução.

P04-04-10_17.30 Não sei que ideologia é esta que domina a entrada neste milénio. Ou melhor, não há mesmo ideologia. Custa-me ver tantas terras por aí, e em especial o Alentejo, vendido, nas mãos de quem simplesmente tem herdades só para ter, ou ter herdades que só servem para extrair cortiça, e por isso vedem-nas. Eu pergunto, onde está a beleza se está tapada? Pergunto onde está a liberdade se há arame farpado? E pergunto ainda: não há solução que se possa fazer consoante a isto? Não acredito.

Às vezes não sei onde tudo vai parar. Tento procurar na literatura e no romance, algumas respostas que necessito. É-me doloroso chegar e já não poder passar. É-me doloroso bater à porta e ninguém abrir. É doloroso como chegar e não haver nada, onde as anáforas se repetem como que se exprimindo do passado. Mas, descobri mesmo que o silêncio já é uma reposta, e que as respostas vão sendo dadas, como o sol que chega por trás do horizonte; todos os dias...

P04-04-10_16.05 Por aqui sinto os ventos que inspiraram mudanças, sinto no verde dos campos a mãe de muitos líderes. Todas as conjunturas sempre foram ingratas aqui. O ar da calma é gigante, o espaço do campo é tesouro para o descanso. Mas nunca foi, para estar vedado. E isto tudo levo dentro de mim. A minha alma abraça o espírito desta terra.

P04-04-10_16.06[1]

 

Não, esta foto não foi na assembleia da República. Foi mesmo no Alentejo.

 

 

Um bem Haja.

 

sexta-feira, 19 de março de 2010

(alguma) JUSTIÇA!!!

Há uns certos tempos, assistiu-se a uma declaração pública, que me causou certo espanto.

image Sem qualquer intenção clubista, e apelo a todos os leitores que lerem isto, que reflictam no sucedido com a coerência e verdadeiro bom censo.

Se um dia, qualquer um de nós, trabalhador de uma entidade empregadora, desse uma bela maçã num colega, parceiro de negócio ou de trabalho, levava logo com um processo disciplinar, com investigação, provas, e muito provavelmente, era despedido em justa causa sem qualquer tipo de compensação, ou ainda tinha que pagar indemnização.

E agora eu digo: há uns tempos, certos jogadores de futebol, agrediram um segurança de uma determinada entidade, com provas de vídeo, provas de testemunhas, não foram punidos pelo clube (pelo contrário), não foram despedidos (levaram só suspensão de 4 e 6 meses), e ainda, e AINDA vieram publicamente com seus colegas, mostrar a sua indignação e.. REVOLTA?...

image Tudo bem que este caso foi em Futebol, mas na minha opinião, deixa de ser tão grave como outros, pois sendo o futebol considerado por muitos como uma industria, tenha impacto em muita coisa. Não no que gera como output, mas no que vai buscar como Input no seu processo. Refiro-me aos milhões que se movem, e aos milhões que também se movem tantos adeptos na sua estatura como espectadores pagantes. Não estou a expressar-me contra o futebol, apenas defendo que os resultados por parte dos sócios e apoiantes de clubes, que devem ser muito mais exigentes e não perdoar tantas coisas que se passam. Se calhar, é por isso que os grandes males no futebol hoje existem.

Mas o mais triste de tudo, é ver como a influência de poder em estrutura e dinheiro que é o futebol, se mantém no estado de direito: numa eventual situação semelhante ao que descrevi, um trabalhador estava lixado; um jogador de futebol, não. E ainda por image cima, é apoiado pelos colegas e entidade patronal, onde se identificam como... revoltados. É trágico verificar-se o poder de desejos e pressões privadas acima da justiça. A isto é que eu chamo mau censo. Mas não só: gostava de saber onde se é bom censo declarar-se que estar abaixo de qualquer adversário é uma situação anormal. Bem... tantos e quantos já caíram pela idolatria e por se acharem grandes e poderosos. A arrogância é um grande mal do ser humano, que a a curto ou longo prazo não promove a estabilidade. A factura vem depois, com os resultados. Vitimas do próprio mau estar, vitimas da própria arrogância e subvalorização própria.

Só a nós, a cada um de nós, cabe fazer a sua parte, para que a justiça se faça, para que estes ciclos tenham fim.

(e se auto-regulem, para que nunca mais ninguém ouse reacendê-los)

VIVA À (alguma) JUSTIÇA!

 

 

‘E vão nos dando Futebol!

Põe-se o norte o norte contra o Sul!

É dividir pra mandar!’

segunda-feira, 8 de março de 2010

Atrasado mas…

Acabou à pouco a entrevista do Sousa Tavares e o Primeiro Ministro. Depois de a ver, sinto agora a necessidade de expressar a minha opinião.

Vou começar por cima: acho Portugal, e o Mundo, numa extrema salganhada. Em todos os sentidos. O que estamos a viver, é semelhante a uma ressaca, ressaca esta de um período de Vacas Gordas (como já foi denominado a Portugal ao época do final dos anos 90), para agora se viver as consequências de todo um liberalismo que foi posto e consumado sem nenhum controlo. Assistimos no século XX a uma explosão daquilo que temos hoje: a imagedemocracia,  os ditadores, o Bob Marley, o Einstein, o Marx, os Beattles, o Punk, o Jimi Hendrix, o João Paulo II etc.. Estaria aqui a noite toda. E hoje? Que referências temos para o século XXI?. Tudo o que temos hoje, derivou destas figuras do passado. Hoje, estamos à beira de um novo paradigma, e ninguém ainda percebe isto. Antes havia esta aglomeração das massas, mas hoje, estas massas estão perante a sua esfera privada, e cada individuo defende o seu sonho, o seu carro, a sua casa, o seu emprego; um sonho tão americano como de irrealista face a um futuro. Todos os índices nos apontam para a catástrofe, todos os défices, toda a crise, e mesmo assim, continuamos a acreditar... Continuamos neste caminho... as novas ideologias continua na liberalização, do aborto, dos homossexuais, das substâncias, do sexo, enquanto vemos a natalidade a descer, o défice, a pobreza e a poluição a aumentar, e em constante fracasso sobre a resolução destes problemas, vemos os números destes últimos a piorar. A pergunta que deixo: será este o caminho? Estamos em crescimento ou decrescimento? Não estará o mundo a ganhar cada vez mais liberdade, mas a perder a sua moral? Nisto chamamos conservadorismo e abertura da mente?

image Perante tudo isto, volto a referir a salganhada. Porque neste emaranhado de ideologias, crises, desejos e políticas, os rumos parecem perdidos num oceano. É o que se passa na actualidade: nem o resto do mundo sabe resolver a crise, nem nós por cá sabemos o que fazer. Enquanto isso, andam os políticos sem nenhuma politica de acordo, a tentarem ganharem-se uns aos outros. Por isso, não acho de todo que haja total mentira no primeiro ministro. É verdade que há pessoas que só pensam em atacar e não se fixar na verdade e nos factos. Mas também não é tão mentira que não haja corrupção, e estas historias que hoje vemos do face oculta, da TVI, do Figo, da liberdade democrática, é se-não mais que a evidência que ela existe, e de o primeiro ministro se viu traído por alguns nessa corrupção. Acho correcto as medidas do governo para a crise, em que baixou o défice, que aposta no investimento social e nas energias alternativas. E digo sinceramente: melhor era muito difícil. O problema, é que neste emaranhado de ideologias e salganhadas que tudo está, o exterior não melhora, e nós por cá também nos resta pouco. É triste, mito triste, assistir a uma desordem política de boatos, intrigas e histórias, de ver uma corrupção tão nítida e ninguém fazer nada.

Que se pode fazer agora para equilibrar as contas? Vamos retirar salário aos mais assalariados? Vamos ao bolso do Cristiano Ronaldo? Pela lei e sistema, é impossível; doutrinalmente era o que o Direito deverá fazer, é criar leis de forma a controlar tudo. Mas ideologicamente, é impossível, porque não podemos ir ao bolso do Cristiano Ronaldo, porque existe algo que se chama o ‘privado...’ Ou seja, todo este paradigma social e económico que vivemos, está caído, falido, gasto... e continuamos a defende-lo... Devemos ir ao bolso do Cristiano Ronaldo? Não defendo esse tipo de Revoluções, defendo sim que haja um brainstorming geral, e se comece a cortar já; basta de taxas de lucros de mil porcento, chega de ordenados exagerados. Vamos começar de novo! Enquanto não percebermos isto; percebermos que é necessário reformular um novo paradigma, e não defendermos o actual... nunca daqui sairemos...Porque também por mais fundamentalista que seja o paradigma do estado nação falido, não é coerente defender-se a globalização e tentarmos controlar o défice de meia dúzia de milhões de europeus, por exemplo... Sempre me ensinaram na vida; sempre ouvi dizer que até na tropa a moral é assim; ou é, ou não é... ou se sabe ou não se sabe... ou generaliza, ou não se generaliza...

É nestes termos a base Revolucionária que eu defendo.

 

 

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Para _




Escrevo este texto para o fim, quando os dias tiverem nas últimas horas, quando tudo o que houver estiver esgotado. Seco, vazio, morto. Quando nada, além da  caneta, da guitarra e da voz, forem a única alternativa no conforto da mágoa. Da lágrima, que cai e se derrete. Felizes os lutadores, os que sofrem na verdadeira dor da razão. Esse mal nunca vencerá. Às vezes a nossa vida não é mais que um meio da história, uma parte de um corpo, de um grupo, de uma equipa, de uma família. Não te preocupes, afinal nunca foi entre tu e eles, foi entre tu e Deus. Chora na tua dor, retira daí o teu músculo para a batalha. Dessa fibra será feita a tua pedra, a tua sepultura será de mármore vivo, e a tua alma será grande entres todas as estrelas de luz podre, falsas e hipócritas. Esse é o futuro. É a certeza de um dia. Continua! Faz dessa certeza o combustível para que nada temas, e essa tua guerra será o troféu e o bem estar de alguém que um dia virá depois de ti. E quantos já não fizeram para que tu hoje tenhas o que tens?! Feliz, és feliz, tu, oh puro da razão, oh mártir perseguido da mentira. Tu que por detrás dos teus óculos escuros vês e escutas o redor, e na multidão te passas despercebido, pois sabes que te perseguem.Activista incansável, do mundo e de ti próprio. O a tua imagem reflecte-se até no céu cinzento; na nação do alto, a bandeira estará a meia haste, por ti. O vento agita-la-á. O mesmo vento que toca tua roupa, no teu cabelo, na tua face, nos teus símbolos.

Quando leres isto, que seja quando já mais nada houver a fazer. Que leias estas palavras, que oiças esta voz pela noite fora, que cada letra seja uma lágrima sentida da tua dor, pois contigo Deus achou graça, e essa tua fraqueza é ouro tão brilhante quanto a pedra da tua sepultura.
Quando interiorizares isto, que seja de tua porta fechada, da tua televisão e rádio apagada, de explorer fechado, de telemóvel desligado. Que nada do exterior te incomode e te interfira.
Todas estas frases são para sempre que o mundo ficar mais pobre, cada vez que a Natureza matar, cada vez que que a chuva diga na janela, que o dia será todo assim. Para quando a luz for feita a velas, para quando o ar for pesado, para quando a doença ditar a morte, para quando as flores falarem a despedida, para todo o novo, o velho e intermédio, para todo o rico e o pobre, para o azul e o cinzento do céu, para a erva e para terra, para o mar e para o rio, e para todos estas imagens e filmes que na memória eterna permanecerem estátuas, em cada monumento que é todo o ser Humano simples, e puro. Que estas palavras guardem o bater de coração, o sangue que por entre elas passa,
o toque,
o olhar,
o sorriso,
o abraço,
o beijo,
de esperança,
de verdade,
de certeza
e fé;
a única alternativa para mundo:
a R e v o l u ç ã o do Amor.