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domingo, 28 de setembro de 2008

29 de Setembro de 2008

Na sombra de um dia escuro, sei o seu número. E sei a sua voz. Um cinzento é céu de uma terra húmida da chuva, ventosa no alto do topo. No cimo, o deserto é maior, a terra é mais fria, o cemitério é mais denso. E deste lado do horizonte, piso as folhas secas, faço o percurso de outrora;
meu destapado poço sem fim.
No encosto do muro petrifico a minha posição, aqui e sempre, longe do mundo, longe da mentira, perto do que sou, e do que tenho. Diante da cruz me ergo a pés e pernas. Bocas foleiras não me derrubam, cinismos não me trespassam. Sou ferro e fogo estancado nesta terra, sou cadáver que morre, sou carne que arde na fogueira, mas tenho verdade que nunca perecerá. A cova guardar-me-á os ossos, mas no silêncio dos justos a minha voz fará sentido, pois não sou eu, é a salvação do mundo nos anéis de fogo do céu.
Pelos que foram e me sabem bem, estarei recto na minha força, constante na perseverança. Por mais que as lágrimas me caiam, não desacatarão o orgulho puro de amor, que nem a sepultura separa.
Não preciso de me erguer e atirar pedras, não preciso de caluniar levantando a voz sem a outra se ouvir, durmo bem nos meus problemas, pois assumo os meus erros. Do meu abismo intrínseco sinto uma espada erguer-se de asas, trás nela a balança da vitória, a majestade da glória, o imperial poderio do bem, na força de luta, na mensagem, e na cura. O vento que me passa é trombeta da proclamação do meu caminho, da minha cruzada eterna.
No brio dos meus olhos sei os dias que passaram, e sei os dias que é presente. Suster um afago é força interior que não suporto, mas o descanso das horas adversas faço-o no interior silêncio que me abunda, e esvazia.
E como todos os anos que vão, como todo o tempo que não pára, cai-me o precipício do limite dos ponteiros, que tão acabadamente me esgota. Como as cordas de uma melodia de fim, e todo o reflexo de todo o meu tempo até hoje. Há décadas que me acompanham, há jornadas que deixei marcadas.
Como um leve apagar, um esquecer de mim próprio, há o meu olhar Destemido na despedida de um dia.
Últimos dias, tem 20 anos.


1 comentário:

S. disse...

Longos dias, tem 20 anos.

Prefiro assim :)

Beijinho*